Ventos frios que varrem a alma
Como lúgubres melodias
Manifestam-se nesta esfera
Em um canto de angústia e dor
Todo o tormento potencial do existir
Dissipa-se nas negras brumas do caos
Nem o amor, nem o ódio, enfim...
Quebra-se assim a maldição
Nada crer, nada ter, nada ser
Eis o fim da ilusão
Mas não sei quem tu és
Ó alma bela
Nem porque por degraus
Tens esta esfera
Que aos mortais nos clarões
De outra se vela
Mor omnia solvit ab imo pectore
A dor de não mais amar
Intensa, profunda tortura
Debela meu ser
E o ódio que em meu peito jaz
Pungente, fugaz
Não deixa esquecer
A solidão que atormenta minh'alma
Trazendo loucura para dentro do meu coração
Nada crer, nada ter, nada ser
Eis o fim da ilusão
Sigo teus passos
Meu anjo infernal
Quero tua luz
Busco teus olhos
Mas a escuridão abraça-me
E meu corpo entrega-se
No último suspiro de dor
Envolta na fúnebre névoa prossigo inerte
Apenas minha paixão orienta-me
Sempre a tua procura
Meu coração fenece
E tua face minha mente inebria
Mas não sei quem tu és...